segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Novos passos, novo blog

Olá a todos, depois de todo este tempo ausente decidi voltar a blogar.
Aqui têm o meu novo blog acabadinho de sair do forno. Espero que gostem :)

De coração nas mãos


segunda-feira, 17 de maio de 2010

Reflexões pessoais

Quando uma porta se fecha outra/s se abre/m

É importante perceber isso... É importante sentir e entender que nunca nada é definitivo, mas que devemos alimentar um comportamento positivo face a qualquer situação. O negativismo tende a além do problema original (que muitas vezes poderá nem sequer existir) associar mais ramificações de problemas, quando o que precisamos muitas vezes é apenas não desistir, não nos iludirmos, olharmos a vida com olhos esperançosos de criança e encontrar o “tempo certo” e no dito tempo certo novos caminhos para caminhar com firmeza ao encontro dessas portas que vão surgindo e de nós mesmos. Não quero com isto dizer que deveremos passar os dias sentados à janela à espera que o sol ou a chuva nos indique se esse tempo chegou, ou debaixo de um chaparro no Alentejo a ver se passar alguma aragem fresca e algum turista à procura de dois dedos de conversa, digo apenas que ele chegará (e, na maioria das vezes quando menos se espera) e se o mundo não para por ele, porquê que tu o deverás fazer?

Apesar da chuva constante, do jogo do frio e calor lá fora que quase nos faz pensar que ainda estamos algures por fevereiro, já é maio. Este ano está a passar a correr e “dizem” que o tempo vai continuar a brincar connosco ao longo do verão.
Às vezes cheguei a pensar que o São Pedro brincava comigo, já fartinho de saber o quanto me roubam as energias e ânimos os dias curtos de inverno e a falta de luz e sol. Apostava que o desgraçado se eu decidisse ir viver para o Brasil em busca de bom tempo, muito sol e praia mandaria para lá umas nuvens demoníacas intermináveis e pedia ajuda a Zeus para rebentar algum vulcãozito lá perto.
Foi aí que lhe fiz um pireta e o mandei passear. Depois olhei para dentro de mim e vi um arco-íris brotar.

Aprendemos a viver a cada dia e cada dia nos surpreende com coisas novas, mesmo que muitas vezes estejamos muito distraídos para o notarmos; o piropo do senhor com que te cruzas na esquina, a rapariga gira dos óculos à anos 50 que aparece sem eles no metro, o jornal gratuito que todos os dias levas para casa que hoje já está esgotado, o Benfica que afinal ganhou o campeonato da liga portuguesa, o Barça que perdeu o da Europa, o trabalho em que depositavas tanta fé que se esvai com a chuva e o outro que chegou com falinhas mansas como quem não quer a coisa e afinal é caso para fé, o teu moço que te diz que se tem vindo a casar contigo ao longo destes anos e tu já não entras em pânico que te queira meter às pressas num vestido de noiva em que as ditas não consigam respirar (até porque as desgraçadas são grandes que se fartam...), o medo de perder, da solidão que já não é tão iminente. Tantas coisas, coisas, momentos, sentimentos. Tantas coisas que tenho vindo a aprender, além de me conhecer melhor e voltar a ter fé em outras que tinha perdido. Os caminhos que nos levam para bons ventos às vezes são sinuosos e... "ele há coisas assim".

Vejo nesgas de luz em portas que se entreabrem e onde muitas vezes só conseguia ver escuridão. E noutras vejo sol, muito sol. E este sem a ajuda do São Pedro ou de quaisquer deuses. Descobertas pessoais. As minhas preces foram ouvidas, porque passei a escutá-las e a depositar mais confiança em mim. É preciso olharmos calma e tranquilamente para dentro de nós e a partir de aí para o mundo exterior.
Eu depois desta observação e reflexão acho que este, é o meu caminho para ser feliz.
Um dia de cada vez.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Avestruz



Às vezes somos como as avestruzes. Enterramos a cabeça num imenso buraco negro onde não se poderão encontrar respostas. E, um vez acostumados às vendas e amarras torna-se difícil ver claramente e enfrentar o sol e a vida lá fora.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Petra


Soa o despertador às sete em ponto da manhã. Petra agarra-se a ele e tenta roubar-lhe um pouco do seu cheiro beijando-lhe o pescoço, para depois o levar nas narinas e nos lábios e [re]cheirá-lo, [re]beijá-lo ao longo do dia.

Ele meio adormecido gira o seu corpo e tenta prendê-la numa atitude de egoísmo romântico, querendo-a só para ele, mesmo que seja só nesses breves segundos em que o faz, sonâmbulo de amor.

No duche ela organiza mentalmente o seu dia.

Primeiro a roupa – “a saia preta justa pelo joelho de racha atrás e de cinta subida com a camisola vermelha de gola alta, lingerie, meias de ligas pretas e os sapatos vermelhos de salto alto; depois as matrizes para as reuniões de trabalho; a lembrança do telefonema de confirmação para tomar um copo de vinho ao fim do dia com uma amiga que precisa desesperadamente de um conselho ou um sorriso e abraço seu; as compras do dia para o jantar ou a [in]decisão de simplesmente ir jantar fora com ele e de o provocar por baixo da mesa com os seus pés deambulantes que saltitam dos sapatos para o seu sexo, o pagar apressado e embaraçado da conta, os sorrisos cúmplices que fazem corar o empregado de mesa, o calçar trôpedo dos sapatos que quase a fará tropeçar numa das patas da mesa ao desejar possuí-lo já, ali, sentada em cima dele naquela mesma cadeira estilo Luís XV. O esperado chegar a casa, o frenesim de arrancar a roupa com a pele agarrada e o desejo latente que os faz fazer amor mesmo ali, meio despidos, encostados à parede de entrada da casa. Os gritos de súplica, o arquear da espinha, os sexos molhados vibrando uma música que só dois corpos apaixonados sabem tocar. O êxtase, o grito, encavalitada nele, subindo e descendo com o impulso das suas mãos nas nádegas dela, ardentes. Os seus braços agarrando-lhe o pescoço de tal forma que mais parecia que o iria esganar pela parte de trás da garganta. O silêncio, depois. O repousar dos corpos que nem tempo tiveram para lavar os dentes e adormecem transpirados de suor e sexo, meios de lado naquela cama que deixaram hoje de manhã...

Soa o despertador às sete em ponto da manhã. Petra estica o braço e sente a cama vazia. Ainda não foi hoje que o encontrou. O corpo que tinha bebido ontem mandou-o embora junto com a amargura que ele lhe ofereceu ao lhe dizer “Não sei se posso [quero] ficar”.


O significado do nome Petra vem do latim “pedra”: sabe cativar os outros e manter um convívio harmonioso e agradável. É muito hábil e altruísta. Afectivamente, dedica-se com paixão, sendo sensual e atraente. É exuberante nas suas manifestações mas não perdoa retorno morno ou indeciso.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Aqui


Después de haber recorrido el mundo entero en busca de la felicidad, te das cuenta de que estaba en la puerta de tu casa.



Proverbio africano

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Bye Bye 2009, Welcome 2010


2009 foi um ano positivo para mim, com surpresas, muitas mudanças, ponto altos e baixos como todos. Nasceu a minha primeira sobrinha, casa nova, novos sonhos, o mesmo [GRANDE] amor, mais maduro, mais feliz, mais tranquilo, mais simples, e, menos, menos complicado, menos confuso, menos inseguro, e mais, mais confiante, mais feliz, mais puro.

Descoberta do ano 2009: Sim, é possível ser feliz. Temos é que deixar de nos preocupar tanto com isso e viver [a felicidade].




Por isso digo ADEUS a 2009 e OLÁ a 2010.
Espero que tenham um ano cheio de brilho.Até p’ró anoooooooooo!

sábado, 5 de dezembro de 2009

Leila




Os telhados costumam congelar em Dezembro as lágrimas dos meses de Setembro e Outubro; e da tristeza fazem-se esculturas e obras de arte para os turistas fotografarem.
Leila congelava momentos em fotos e reproduzia emoções num trabalho a full-time com muitas horas extraordinárias.

Uma chávena de café, por favor.
E click fotografou a frase no olhar do empregado de mesa que lhe dizia "sim, eu sei, um café preto e puro, como poucos homens há". Todos os dias lhe servia o (mesmo) café e todos os dias se lembrava dessa (mesma) frase e da forma com que, serpenteando dos seus lábios, o atingiu desde o dia que a conheceu.

– Vai querer levar outro café?
Leila trabalhava exaustivamente, muitas vezes mais do que 24 horas sem parar e 99% das vezes levava [outro] café. Entre o estúdio, o escritório, as ruas, o Cais do Sodré e as redes dos pescadores de Sintra derretia-se congelando momentos [dos outros].
Para si, tinha mais vida e propósito a objectiva da sua máquina fotográfica do que ela.

– Vai querer levar outro café? – perguntou de novo o empregado.
Ela tragou[o] café e disse-lhe que "não, obrigada". Ele insistiu que talvez se arrependesse, tal como noutras madrugadas leu no seu olhar semi-escondido por trás da máquina fotográfica com a qual se protegia.
E no segundo seguinte arrependeu-se [ele] quando a viu queimar a [sua] ternura com um novo serpentear letal.
– O café [hoje] está queimado. E há já alguns dias que não me tem sabido bem... Acho que terei que procurar outro. É tão difícil encontrar um bom café.

Leila fotografou as lágrimas congeladas dos grãos-olhos dele e pensou que os homens são como o café, na maioria dos sítios servem-se queimados. E é preciso ser muito perspicaz ou ter uma sorte dos diabos para se encontrar uma boa cafetaria onde sirvam um bom homem. E que mais sorte ainda precisaria para conseguir um Dezembro em que se consiga plantar grãos de café em corações (enre)gelados.



Leila em Árabe, significa negra como a noite. independente e determinada, trabalha ardentemente para conseguir o que deseja. Por isso, sabe dar valor ao que possui e não tolera desperdícios. Tende a ser feliz na maturidade, depois de muitas paixões...
Ver também nesta Sequência de Contos, Edna e Margaret