Pic by Tiavir Fizeste a barba, colocaste creme na cara, perfumaste-te e vestiste-te todo de negro. Estavas fabulosamente atraente e não sei se era do contraste da roupa escura ou da barba feita face aos teus olhos de cristal, ou da tremenda
magia do teu olhar.
Beijaste-me e saíste. Eu agarrei esse momento, embrulhei-o com
sorrisos e guardei-o ternamente dentro de mim...
Em casa, sozinha, li de olhos fechados cada pedaço do teu
corpo. Afundei-me nas bolas de sabão alguns minutos e soltei a respiração quando emergi.
Depois do ritual do banho e cremes, borrifei o meu corpo com algumas gotas de perfume...
No corpo coloquei aquele vestido branco ainda mais
romântico que eu. Calcei um dos teus pares de sandálias
favoritas, daqueles que me desenham os
pés até ti. No pescoço um longo colar de
pérolas, que coloquei apenas para tocar e disfarçar o nervosismo.
Quase sem me aperceber o relógio girou. Voltaste cedo.
Em silêncio, ofereceste-me um olhar arrebatador. Eu
corei. Tu a
cariciaste-me a cara e beijaste-me o pescoço. Tremi, por segundos, enquanto me olhavas.
E hipnotizada pelo teu amor, peça por peça, fui-te despindo...E tu... Pele por pele, me foste vestindo.
Fizémos
amor pela noite dentro. Sem pressa de parar, com pausas para respirar... E, sedentos um do outro, fundimos os nossos corpos num só até
explodirmos magnificamente como fogo de artifício nos Santos Populares.
E,
enrolados um no outro, sorrimos emocionados por não perdermos este amor... como se foram perdendo as folhas dos calendários dos anos que até então passaram.