O que fará um pássaro, que voa no céu, pensar que vive acorrentado ou preso numa gaiola?
Será o receio de saber viver sem a necessidade de precisar de controlar a esquina de cada nuvem? Ou o eterno receio do medo da Primavera, das flores, dos amores?
Ele era mais meu quando não era. Quando, talvez sem saber me oferecia flores e beijos e me abraçava com aquela ânsia de me ter para e com ele. E não tinha medo, ou pelo menos não tinha tanto medo de se entregar. Nem de ficar infinitas horas, horas sem relógio de asas abraçando-me e de peito aberto colado ao meu.
Será o receio de saber viver sem a necessidade de precisar de controlar a esquina de cada nuvem? Ou o eterno receio do medo da Primavera, das flores, dos amores?
Ele era mais meu quando não era. Quando, talvez sem saber me oferecia flores e beijos e me abraçava com aquela ânsia de me ter para e com ele. E não tinha medo, ou pelo menos não tinha tanto medo de se entregar. Nem de ficar infinitas horas, horas sem relógio de asas abraçando-me e de peito aberto colado ao meu.
Eu nunca o quis sufocar, só queria um pouco mais de tempo para lhe acariciar as penas e poder sentir o seu perfume no meu colo. Não lhe pedi que ficasse se preferisse voar ou ir embora. Mas ele ficou.
Ele ficou. Tinha as asas feridas e todo um mundo de sentimentos por curar. E ficou. Não sei se por isso ou pela certeza do amor que sabia que eu sentia por ele. Ficou. Amou-me?... acho que me amou enquanto tentava cicatrizar as feridas para as quais eu não tinha, não tenho cura. Ou não me amou?...
Ele ficou. Tinha as asas feridas e todo um mundo de sentimentos por curar. E ficou. Não sei se por isso ou pela certeza do amor que sabia que eu sentia por ele. Ficou. Amou-me?... acho que me amou enquanto tentava cicatrizar as feridas para as quais eu não tinha, não tenho cura. Ou não me amou?...
Disse-me que certamente terá receio de que lhe acorrente o coração e o feche, assim fragilizado numa gaiola, para o ouvir cantar só para mim.
Eu tentei sorrir-lhe, entre lágrimas, acariciei-lhe uma das asas feridas e disse-lhe ao ouvido:
– Querido, há já muito tempo que deixaste de cantar.
E são essas feridas nas asas, não eu, que te impedem de voar....
Eu tentei sorrir-lhe, entre lágrimas, acariciei-lhe uma das asas feridas e disse-lhe ao ouvido:
– Querido, há já muito tempo que deixaste de cantar.
E são essas feridas nas asas, não eu, que te impedem de voar....
7 comentários:
"– Querido, há já muito tempo que deixaste de cantar.
E são essas feridas nas asas, não eu, que te impedem de voar...."
E deixam que isso aconteça sem sequer se aperceberem...
E é tão fácil culpar os outros pelos nossos medos interiores...
Muito bonito, o texto... :)
beijitos
Nogs,
Há quem tenha mais do que medo, verdadeiro pânico de se entregar. Não sei bem se terá sido esse o caso.
Beijinhos.
OLha, este texto está muito, muito, muito real. E desta realidade eu percebo...
Beijinhos
Maninha,
um beijo enorme com uma saudade imensa!
adoro-te.
Maria, mana linda!
E eu a ti!
Já falta pouco para estar aí:)
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