sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Histórias de uma romântica frustada – I


I

Give me, give, give your Hand


Ela só queria andar de mãos dadas com ele, e repenicá-lo de beijos enquanto caminhavam do lado A até ao lado B. Queria poder fazê-lo sem ter que racionar o acto, pensá-lo, estudá-lo, avaliar se seria adequado ou não cometê-lo naquele ou no outro momento. Queria esticar apenas o braço e trazê-lo até si e ver o seu sorriso de felicidade. Mas nos tempos que corriam – para ele – essas exageradas demonstrações de carinho guardavam-se para entre paredes, naqueles dias em que desesperadamente se sentia minimamente romântico...
Dava por ela, às vezes, a estudar cautelosamente cada movimento dos seus dedos, cada corar interior, quando sacava as mãos dos bolsos para entrelaçar os seus dedos com os dele e ele paulatinamente cruzava os braços ou guardava os dedos num daqueles pares de calças que lhe assentavam como ginjas.
Às vezes ficava tão triste que soluçava em silêncio e engolia as lágrimas antes que ele sequer as suspeitasse.
Big girls don’t cry... mas ela só queria andar de mãos dadas com ele na rua.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Palavras


Pic: Monica Bellucci



As tuas palavras hoje quase me fizeram chorar, num orgasmo intenso de felicidade. O amor, por vezes, dispensa palavras, outras não.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

mais [tarde]

Mais tarde será tarde e já é tarde.
O tempo apaga tudo
menos esse
longo indelével rasto
que o não-vivido deixa.


Sophia de Mello Breyner Andersen

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

mmm...


Hey gorgeOus, about the way you make lOve with me...
It's always so amazing. How can you?
You really gOt me too.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Luckly we've got the thursday's


O sol decidiu esconder-se hoje. O vento decidiu aparecer não com um sopro mas como um furacão com toda a urgência em arrancar tudo. O frio volta a atacar. O jove está com uma voz apática e, no entanto, diz que está bem... O boss está com um humor tipo TPM que não se aguenta. Estou com os olhos em bico de tanto organizar textos por ordem alfabética de apelidos (será assim tão difícil enviarem-me isto bem feito?) e como se não bastasse o corpo já se queixa do cansaço semanal...
... a sorte é que sendo hoje quinta-feira é também o nosso chamado Thursday's Beer aqui com a malta do trabalho. Uf! Como estou a precisar de um descanso...

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Ai, ai!


!
[Para ti. Anima-te!]

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

[rel]ações

Pic by LeighTaylor

Todas as relações têm as suas pedras no caminho, comecei a recolhê-las e guardá-las como parte da nossa história. As ervas daninhas, lamento mas arrancam-se pela raíz e deitam-se fora. Não as quero a sugar a água das minhas flores. Nas plantas venenosas, tento não tocar com receio que rapidamente me matem o sol dos meus dias.
Os sorrisos, abraços, beijos, carinhos, alegrias... vou coleccionando-os. Os momentos vivo-os, sinto-os, preferencialmente no presente. Quanto ao amor preservo-o, respeito-o... tento não amar a ilusão, mas o homem que ela um dia me apresentou e que agora ao meu lado me faz apaixonar a cada dia. Existem dias difíceis, mas parecem-me sempre melhores desde que estou ao seu lado.


que se note: Como companheiro tenho um homem maravilhoso. Ele é lindo, lindo, lindo! Não acreditam???

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

amOr


AmOr. AmOr. AmOr, gostava de dizer esta palavra até gastá-la ainda mais. AmOr, gostava de dizer esta palavra até perder ainda mais o seu sentido. AmOr. AmOr. AmOr, até ser uma palavra que não significa nem sequer uma ilusão, uma mentira. AmOr, amOr, amOr, nem sequer uma mentira, nem sequer um sentimento vago e incompreensível. AmOr amOr amOr, até ser nem sequer uma palavra banal, nem sequer a palavra mais vulgar, nem sequer uma palavra. Amoramoramor, até ao momento em que alguém diz amOr e ninguém vira a cabeça para ouvir, alguém diz amOr e ninguém ouve, alguém diz amOr e não disse nada. Sozinho, diante da campa. O amOr é a sOlidãO.



Uma casa na escuridão. José Luís Peixoto, de novo.

domingo, 11 de janeiro de 2009


Porque a minha vontade tem o tamanho de uma lei da terra.
Porque a minha força determina a passagem do tempo.
Eu quero.
Eu sou capaz de lançar um grito para dentro de mim, que arranca árvores pelas raízes, que explode veias em todos os corpos, que trespassa o mundo.
Eu sou capaz de correr através desse grito, à sua velocidade, contra tudo o que se lança para deter-me, contra tudo o que se levanta no meu caminho, contra mim próprio.
Eu quero.
Eu sou capaz de expulsar o sol da minha pele, de vencê-lo mais uma vez e sempre.
Porque a minha vontade me regenera, faz-me nascer, renascer.
Porque a minha força é imortal.

Cemitério de pianosJosé Luís Peixoto