I
Give me, give, give your Hand
Ela só queria andar de mãos dadas com ele, e repenicá-lo de beijos enquanto caminhavam do lado A até ao lado B. Queria poder fazê-lo sem ter que racionar o acto, pensá-lo, estudá-lo, avaliar se seria adequado ou não cometê-lo naquele ou no outro momento. Queria esticar apenas o braço e trazê-lo até si e ver o seu sorriso de felicidade. Mas nos tempos que corriam – para ele – essas exageradas demonstrações de carinho guardavam-se para entre paredes, naqueles dias em que desesperadamente se sentia minimamente romântico...
Dava por ela, às vezes, a estudar cautelosamente cada movimento dos seus dedos, cada corar interior, quando sacava as mãos dos bolsos para entrelaçar os seus dedos com os dele e ele paulatinamente cruzava os braços ou guardava os dedos num daqueles pares de calças que lhe assentavam como ginjas.
Às vezes ficava tão triste que soluçava em silêncio e engolia as lágrimas antes que ele sequer as suspeitasse.
Big girls don’t cry... mas ela só queria andar de mãos dadas com ele na rua.